3 de dezembro de 2011

II

Depois daquelas palavra sinceras, (não sei que me deu) arrepiei-me toda.

Joana: Obrigada.
Ricardo: Que achas de... (O toque de um telemóvel interrompe-o)
Joana: É o meu, importaste?

  Ele abanou a cabeça que não, e eu atendi o telefonema. Era o Diogo, sim o Diogo. Eu e o Diogo namoramos à 3 anos e eu considero-o como meu melhor amigo, pois foi o primeiro amigo que fiz quando me mudei aos 7 anos para Almada. Sempre gostei muito dele, mas ele durante anos tratava-me como se fosse invisível e não gostava de mim da mesma forma. Mas, um dia ... VIU-ME.
A nossa relação é banal e não existe nem uma pitada de pimenta nela. É sempre tudo monótono e eu sinceramente já estou um bocado farta, apesar de o amar imenso.
   Por vezes penso que não vai durar mais que uma semana até esta farsa acabar mas consegue sempre superar a minha expectativa. Não consigo ser suficientemente sincera para lhe dizer tudo o que me vai na alma sobre nós.

Joana: 'Tou?
Diogo: «Olá amor. Olha liguei-te só para te recordar para nao te esqueceres do nosso jantar de hoje.»
Joana: Não me esqueço, vou já para casa fazê-lo.
Diogo: «Onde é que ainda andas a estas horas?»
Joana: Vim á baixa, e perdi-me um pouco nas horas.
Diogo: «És sempre a mesma coisa, espero que não estragues a nossa noite.»
Joana: Não sejas desagradável, Diogo.
Diogo: «Desculpa, vou ter de desligar. Um beijo, amo-te.»
Joana: Até logo, beijo.

O Ricardo estava intrigado, e penso que naquele momento estava a pensar com quem seria que eu estivera a falar.

Joana: Desculpa.
Ricardo: Não tem mal.
Joana: Estavas a dizer?
Ricardo: Não era nada. - tentou esconder.
Joana: Era sim, diz lá.
Ricardo: Ia-te perguntar se querias ir beber um café ou algo assim, mas já percebi que tens planos para hoje.
Joana: Na verdade, sim tenho planos para hoje. Que tal um dia destes ou assim?
Ricardo: Sim, claro. Penso que temos imensas coisas para falar. - sorriu
Joana: Não tenho dúvidas disso, Ricardinho. E vá tenho de ir andando se não o Diogo mata-me.
Ricardo: Diogo?
Joana: Sim, o meu namorado.
Ricardo: Hum... Não imaginava que estavas comprometida.
Joana: Pelos vistos estou, mas não é nada de especial. - Sorri, e depois despedi-mo-nos o que fez com que ficássemos tristes.

   Ele deu-me o seu número de telemóvel e eu estava tão contente de o ter encontrado hoje, que só de pensar que agora ia aturar o Diogo o meu resto de dia já estava estragado. Apanhei o autocarro para ir para casa e já eram 18:00 horas, estava atrasadíssima. Avistava o rio e lembrava-me logo daqueles grandes olhos azuis, sinceramente não sei que se passava comigo naquele dia mas depois de o ver, ele já não saia da minha cabeça. Aqueles cabelos encaracolados e castanhos, os seus lábios que eram uma tentação e a maça de Adão bem saliente. Tenho que parar com isto, e concentrar-me no raio do jantar com o Diogo.

  Cheguei a casa, fiz o jantar, era empadão de carne. Eu sei, é um bocado fatela mas o Diogo não se importa... Ou talvez até se importa. Bem, não me interessa eu quero é que este jantar acabe bem rápido.
Ele chegou, com uma garrafa de vinho para o jantar, fiquei irritada. Ele nem sequer sabe que eu não gosto de vinho, apesar de também ser um bocado chato. Vinho? É apenas um jantar, um simples jantar. Foi tudo muito calmo, até me admirei porque nem reclamou com o jantar, após o jantar começou a beijar o meu pescoço, e agarrar-me com força. Eu pedi para parar e que hoje não queria e estava cansada e o que mais queria era dormir, literalmente mandei-o embora. Fez uma tempestade, acho que os meus vizinhos de cima e de baixo ouviram tudo. Sim... eu moro num apartamento.
Ele lá se foi embora, e eu senti-me aliviada.

O dia finalmente acabou, apenas queria ir dormir e assim o fiz.  Num sussurro: Boa noite, Ricardinho!


Continua.