3 de dezembro de 2011

III

   Era sábado e a luz do sol entrava pela janela de frente à minha cama. Esfreguei os olhos e limitei-me a olhar para o teto. Peguei no telemóvel e tinha duas mensagens, de quem seriam? Diogo, Diogo, Diogo e mais Diogo. Tive uma surpresa, tinha uma mensagem do Ricardo, «Bom dia, Joaninha. Queres vir tomar o pequeno-almoço comigo?». Eu respondi-lhe que sim, mas lembrei-me que tinha coisas combinadas com a Sara e como é óbvio desmarquei tudo com a Sara, pois queria estar tanto com o Ricardo que a ela ficou para segundo plano.
   Fui tomar um banho, vestir-me, maquilhar-me  e esperar por ele à porta do meu prédio. 1 ou 2 minutos depois chega ele numa vespa verde alface com uns óculos da Ray-ban e um capacete preto.


Ricardo: Bom dia Joaninha. - Olhou-me fixamente.
Joana: Bom dia Ricardo, demoraste um pouco enganaste-te na morada que te mandei?
Ricardo: Claro que não. - Faz uma pausa.  Posso-te dar um beijo de bom dia?
Joana: Sim.


E, quando os seus lábios tocaram no meu rosto todo o meu corpo ficou com "pele de galinha".


Ricardo: Sobe, o meu estômago já está a resmungar.
Joana: Tenho um pequeno segredo que não sabes. - sorriu.
Ricardo: E podes-me contar essa segredo?
Joana: Tenho medo... - interrompe-me.
Ricardo: Não tenhas, agarra-me e o teu medo passará.


  Subi para a vespa, e pus um capacete igualmente preto. Agarrei-o com muita força de inicio e depois relaxei e senti o vento bater na minha cara. Que sensação tão boa. Cerca de 10 minutos depois parámos numa pastelaria, sentámo-nos e pedimos.


Ricardo: Conta-me lá sobre a tua relação com o tal Daniel.
Joana: Diogo. - corrigiu-o.
Ricardo: Desculpa, não sou lá muito bom a decorar nomes.
Joana: O Diogo e eu ... É uma relação normal.
Ricardo: Porquê que isso não me soa sincero?
Joana: Ricardo? Ó vá lá, o Diogo ama-me e eu também gosto dele.
Ricardo: Ele ama-te e tu apenas gostas dele? - fez uma cara de desconfiança.


A empregada chega com as torradas e os galões. E eu apenas queria desviar a conversa, a sério, não queria nada falar do Diogo depois da noite anterior.


Joana: Hummm... Estava mesmo a morrer de fome.
Ricardo: Ainda não me res.... - interrompi-o.
Joana: Lembraste quando ias de manhã para minha casa e tomávamos o pequeno almoço juntos antes de ir para o primeiro ciclo? - sorri desajeitadamente. 
Ricardo: Sim, como se fosse hoje. Molhávamos bolachas Maria no leite. Que delicia.
Joana: Exactamente, fogo Ricardo éramos completamente inseparáveis.
Ricardo: Podemos voltar a ser. - diz, num tom de voz baixo
Joana: O quê?
Ricardo: Eu disse que sim, éramos muito amigos. - Faz uma pausa. - Que achas de irmos dar uma volta á praia?
Joana: Que optima ideia Ricky.
Ricardo: Ricky? Gosto.
Joana: A sara deve estar a fazer bodyboard hoje, como desmarquei as coisas com ela.
Ricardo: Quem é a Sara? E desmarcaste as coisas para vir tomar o pequeno almoço comigo foi? - Faz um olhar de galã.
Joana: A sara é a minha melhor amiga, e sim ricky lindo eu desmarquei as coisas com ela para vir tomar o pequeno almoço contigo. Que privilégio não achas?
Ricardo: Sim eu sou um privilegiado e adorava conhecer a Sara.
Joana: Com sorte ainda a encontramos lá.
Ricardo: A praia ainda fica um bocado longe daqui, achas que aguentas na minha mota até lá?
Joana: Porque não? Já aprendi a agarrar-te, vá já perdi um bocado do medo.
Ricardo: Isso quer dizer que posso acelerar?
Joana: Penso que não será boa ideia.
Ricardo: estou só a meter-me contigo tontinha. Vamos?
Joana: Vamos!


Demoramos sensivelmente um quarto de hora a chegar á praia, durante o caminho nem pensei no Diogo, como é possível? O Ricardo é tão genuíno, deixa-me noutra realidade.


Ricardo: Chegámos!
Joana: Praia da  Cabana do Pescador, linda praia.
Ricardo: É mesmo Joaninha.
Joana: Anda, vamos molhar os pés.
Ricardo: Ai queres molhar os pés? Vou-te molhar toda.
Joana: NÃOOOO! - gritei. - Ricardo, pára. 
Ricardo: Vem cá. 
Joana: Que é que tu queres seu traidor? - disse enquanto me aproximava lentamente.
Ricardo: Dar-te um abraço.
Joana: Não sei se deva confiar em ti.
Ricardo: Vá, vem cá.
Joana: Está bem.


Eu fui, e ele "traiu-me" de novo. Molhou-me desde a barriga até aos pés. Continuávamos abraçados, mas ele desequilibrou-se e caímos os dois na areia molhada com as ondas a tocar-nos e a molhar-nos por completo. Os nossos olhos estavam vidrados e as vozes amarradas. Conseguia sentir a sua respiração, ficara descontrolada aquando estava a olhar-lhe tão fixamente.
    Aproximou a sua cara da minha, os nossos narizes tocaram-se, a batida do meu coração ficara ainda mais acelerada. E de um momento para o outro estávamos com os lábios colados e fomo-mos envolvendo, dando para perceber que ninguém se queria desligar daquele momento. Dei a iniciativa e parei aquele beijo único, afinal de contas ainda tenho o Diogo.


Ricardo: Joana...
Joana: Eu gostei.
Ricardo: Então mas...
Joana: Shiuuu, não digas nada vai estragar. Leva-me a casa, apenas.
Continua.