5 de dezembro de 2011

VII

No dia seguinte, ás 08:00 da manhã a campainha toca quando estava a dormir tranquilamente. Pensei: « A sério, agradeço imenso a Deus». Quem estaria a tocar à campainha? Quem seria de certeza que não dormiu ou então ainda não olhou para o relógio. Lá vou eu ter de me levantar e sair do quentinho. Abri a porta e vi um grande sorriso e os olhos que tanto venero. Era ele, chegou sim avisar, mas veio para ficar.

Ricardo: Bom dia. - Disse, e depois aproximou-se deu-me um beijo de bom dia na testa e entrou.
Joana: Ia-te convidar para entrar mas vi que te antecipaste.
Dirige-se à cozinha.
Ricardo: O que queres comer? - Ao mesmo tempo abria e fechava os armários fazendo um barulheiro a fechá-los. - Onde estão as canecas do leite?
Joana: Vou-me deitar, tenho sono. - Na verdade o que mais queria era ir para a cozinha e abraçá-lo com todas as minhas forças, mas o Diogo ainda estava presente na minha memória.
Ricardo: Não me faças isso.
Joana: Quem te mandou vir tão cedo?
Ricardo: O meu cérebro? 
Joana: Não sejas idiota.
Ricardo: Eu vou mas é fazer umas torradas e aquecer o leite. Com café ou chocolate?
Joana: Vou tomar um banho, já que tu não me deixas dormir.
Ricardo: Pronto ok, fica à minha escolha.

   Eu normalmente demoro 40 minutos no banho e como era de manhã e tinha uma preguiça enorme  demorava sempre muito mais tempo. O Ricardo vai-me matar de o deixar tanto tempo à espera para o pequeno almoço delicioso. Pus champô 2 vezes e tal , como faço todos os dias e depois meti uma máscara muito boa para o cabelo ficar brilhante e hidratado (Ok, isto não interessa...). O que realmente interessa é que ao fim de mais ou menos meia hora oiço o barulho do microondas, olhei para a porta e vi que a tinha deixado semi-aberta. Pensei: «Não existe problema, ele está lá entretido com o comer.» Mas não foi isso que aconteceu, como é óbvio. 
   Comecei a enxaguar o gel de banho sobre o corpo enquanto ele da greta da porta me observava. A água caia-me pelas costas e ele continuava imóvel com o seu olho esquerdo entre a abertura da porta, de um momento para o outro eu viro-me e ele muito rápido recua um passo para trás. Cobro-me com uma toalha e saio da banheira, seco-me e visto a roupa interior de um momento para o outro ele abre a porta e eu digo...

Joana: Ricardo...
Ricardo: Não digas nada, vais estragar. 

Ele começou a aproximar-se na minha direcção e eu permanecia no mesmo lugar, e ele a cada segundo que passava andava na minha direcção. Consegui ouvir a sua respiração acelerando ao passar do tempo, e de novo de um momento para o outro os seus lábios reencontraram-se com os meus. As suas mãos percorriam o meu corpo, desde o pescoço até às costas. Contudo, não me arrepiei... Parece que já me habituei à maneira de ele me tocar.
 Ok... Nós agarrámos este momento e não queríamos parar até ao ponto que ele me agarra com mais força e eu digo:

Joana: Ricardo...
Ricardo: Sim? - Disse, quase sem fôlego.
Joana: Acho que temos de ir andando.
Ricardo: Ah, sim claro vamos... - Depois pensou. - Mas vamos onde mesmo?
Joana: Ao skate park, a Sara deve estar lá com o T e o André.
Ricardo: Ok. Mas dá-me mais um beijo.
Joana: Só mais um?
Ricardo: Os que quiseres, mas não me deixes muito tempo à espera.
Joana: Vem cá.

Á saída de casa ele agarra-me na cintura, como tanto gosta de fazer e diz com uma voz meio envergonhada:

Ricardo: Estou-me a apaixonar.
Continua.