1 de março de 2012

XXVII

 Joana: Ainda bem que sabes, Sara. - disse um pouco desanimada.

 Fui até à cozinha abri um pacote de leite que estava na despensa ainda acumulado das últimas compras que fiz com a minha tia. Peguei na minha caneca preferida com um estampado de flores silvestres à sua volta, vazei o leito para dentro até ficar cheia e depois introduzi a caneca dentro do micro-ondas. A Sara foi tomar um banho porque logo à noite íamos sair e assim ficava metade pronta. Quando o som irritante do micro-ondas  deu sinal retirei a caneca, juntei chocolate em pó - venero - e bebi o leite. Liguei a televisão e nesse instante oiço a campainha a tocar, abri a porta e vi que era a Cátia, a vizinha do lado.

Cátia: Olá Joana. Desculpa estar a incomodar. - disse com um ar dócil.
Joana: Não tem mal.
Cátia: Vinha pedir-te se tinhas canela. - rasga um grande sorriso. - Se faz favor.
Joana: Não sei se tenho, é que voltei à pouco tempo, quer dizer, ontem. Entra.
Cátia: Eu vi-te e ouvi-te a chegar. Já sabes que o Diogo mudou-se para cá?
Joana: Sim sei, ele contou-te? - disse um bocado desconfiada.
Cátia: Não, uma rapariga está interessada nele, a Mariana, que só por acaso é minha amiga. Ela disse-me, pois nunca o vi cá.
Joana: Eu sei quem é a Mariana. - disse-lhe enquanto ia ao armário ver se tinha canela.
Cátia: Pois, importas-te com isso?
Joana: Não, além disso eu e o Diogo já não temos nada. - disse com muita determinação.
Cátia: Eu não gosto que ela ande atrás dele, mas não posso fazer nada. Ele ainda te ama Joana, se não teria qualquer coisa com a Mariana.
Joana: Pois, não quero falar disso. - aproximo-me dela alcançando-lhe a canela. - Aqui está podes ficar com o resto.
Cátia: Não é preciso, obrigada. - teimosa acima de tudo.
Joana: Já está a acabar, aceita.
Cátia: Sendo assim, obrigada.
Joana: De nada, eu acompanho-te à porta. - fomos em direção à porta. - Temos que combinar algo. - digo enquanto abro a porta.
Cátia: Claro que sim, este verão não estou a trabalhar, é quando tu quiseres. -esboçou um largo sorriso.

  Ao mesmo tempo que ele dissera aquilo, vi um homem a sair da porta ao lado apenas com uns boxers super justos e foi apanhar o jornal que o carteiro tem o trabalho de deixar aqui à nossa porta. O mais estranho não é ele estar de boxers mas sim, ter saído da casa da Cátia.
   Não sabia que ela já namorava e se namorava tinha muito bom gosto. A aparência dele não era má de e os boxers matavam tudo. Tinha o cabelo ondulado com umas madeixas loiras naturais tinha também o corpo bem trabalhado, provavelmente praticava um desporto muito desgastante.

Joana: Ah. - disse enquanto ficava perplexa a olhar para ele.
Cátia: Ó meu Deus, é o Ivan. Não deves saber quem é, é o meu namorado. - ele olhou para nós.
Ivan: Bons dias. - disse todo atrapalhado.
Cátia: Vai já para dentro seu texugo, mas que figura à frente da minha amiga.
Joana: Bom dia, é melhor ires para dentro ou ela trata-te da saúde.
Ivan: Ela fala, fala mas não faz nada. - provocou-a.
Cátia: Logo verás.
Joana: WOOOW. - fiz um som de surpresa. - Eu não preciso de saber isso. - soltei algumas gargalhadas.
Cátia: Obrigada amiga. Quando precisares manda mensagem. - despediu-se com um beijo na face.

  Fechei a porta e não parei de pensar na figura do Ivan e  só me apetecia rir. Nem acreditara que a Cátia já namorava, logo ela que tem sempre medo de se arrepender e de se magoar. É mesmo estranho. Pensei também em convidar-lhe para sair hoje à noite pois quantas mais pessoas forem mais me abstraiu do principal assunto: o RICARDO. Estava a pensar também como de certeza que a Cátia iria levar o Ivan, para eu e a Sara não ficarmos de vela convidávamos o André para nos fazer companhia nesse papel. Mandei-lhe a seguinte mensagem: « Olá Andrézinho. Está tudo bem? Olha eu e a Sara voltámos uma semaninha cá a cima. Queres ir logo à noite à festa de espuma da DSST? Um enorme xi-coração.» Uns minutos depois ele responde-me « Olá Joaninha. Está tudo óptimo, estou a ver que têm imensas coisas para me contar por isso, claro que aceito. Preciso mesmo de sair e ir a uma discoteca é uma óptima escolha. Um beijo gordo e até logo. »
  Mandámos vir uma pizza para o jantar, estávamos sem paciência para cozinhar, comemos em 50 minutos. A preguiça estava a afectar-nos o sistema. Fomo-nos arranjar, eu vesti um vestido que nunca experimentara antes, branco e de renda, favorecia-me imenso. A Sara até ficou com uma pitada de inveja pois a minha pele estava super bronzeada e contrastava com a cor do vestido, tal como ela disse « pareces uma princesa. » . Ao contrário a Sara vestira uns jeans justas ás suas pernas magríssimas com umas sandálias de cunha pretas lindas, para completar este conjunto belíssimo, um top azul marinho com uma abertura redonda nas costas. Saímos de casa e fomos à casa da Cátia convidar-lhe para sair juntamente com o Ivan.

Continua.

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