25 de outubro de 2012

O Diário de Jasmine #3

Dia 30 de dezembro de 2009

    Acordei com um formigueiro no corpo todo, daqui a umas horas começarei uma vida nova. Normalmente é o que dizem quando começa um novo ano.


01 de Janeiro de 2010

  Ontem, cheguei à casa do Tyler, toquei à campainha e logo abriram a porta:
- Olá Jasmine, está tudo bem? - com um sorriso nos lábios disse Chris, o irmão mais novo do Tyler.
 Tyler vivia sozinho, já com os seus 17 anos é um grande estudante de artes, os seus pais sempre lhe deram uma grande liberdade e responsabilidade talvez por andarem sempre a viajar. Tal como eu, Tyler era ignorado pelos pais mas o que nos diferenciava era que ele era ignorado por ambos e não se importava.
- Sim Chris e tu estás bom?
- Está tudo em ordem.- disse- Entra, és a primeira a chegar, o meu irmão está lá em cima podes subir.-antes que eu tivesse oportunidade de responder, apressou-se a fechar a porta e correu para uma divisão da casa que me era desconhecida.
Olhei para o relógio e ainda faltavam 30 minutos para a hora que foi combinada. Precipitei-me, é que nem tive a decência de ver as horas. Mas, agora não podia fazer nada, subi as escadas com cautela e temor. Abri uma porta mas sem sucesso, o Tyler não se encontrava lá , era provavelmente o quarto de hospedes porque estava cheio de colchões no chão. Talvez, para o pessoal esta noite lá dormir. Olhei para o corredor e numa das portas estava um sinal de estrada que significava "perigo" tem tudo a ver com Tyler. Além de ser um doido pela arte, também é completamente apaixonado por motas. « Hei de bater à porta? » , pensei. E bati. Ao que ele respondeu : « que queres Chris? », nesse preciso momento abro a porta e estava Tyler sentado à secretária a desenhar algo.
- Sou eu. - disse com uma voz tremula, Tyler virou-se muito repentinamente e disse:
- Jasmine!?
- Sim, sou eu. Desculpa, incomodei-te? - Tyler arrumou tudo o que estava a fazer.
- Não, claro que não. - chegou-se perto de mim e abraçou-me. - Olá.
- Olá. - disse-lhe ao ouvido.
- O que se passa?
- Nada, porque?
- Porque estas a muito fria. - quando disse aquilo, encostou os seus lábios calorosos junto dos meus e eu paralisei. Quando ia para me dar um beijo e desviei a cara e ri-me.
- Ai é?
- Sim, é. - fiz um risinho e um olhar provocador ao que ele me respondeu com um beijo.




O pessoal começou a chegar, a Mia, o Nathan, o Jacob ( o meu ex namorado e um dos melhores amigos do Tyler.) e mais alguns amigos que eu desconhecia. O Tyler estava a abrir a porta às pessoas que iam entrando e parece que o secundário todo da escola cá estava. Até miudinhas do décimo ano, meu Deus isto correu pela escola toda, enfim. A menos a casa não estava a abarrotar, ainda por cima sou claustrofóbica e se tal acontecesse não sei como me safava. O ambiente estava enfumarado, o pessoal já estava a começar a beber mais e já se aproximava a meia-noite, daqui a nada começava um novo ano, o ano das mudanças.
A Mia e o Nathan não se largavam, e a Emily estava muito em cima do Jacob mas o que me irritava mais é que o Jacob não tirava os olhos de mim. Faltavam 2 minutos e nós esperávamos pela contagem decrescente, Tyler veio para o meu lado.
- 10...9...8...7...6...5...4...3...2...1...0  FELIZ ANO NOVO.- gritámos todos, Tyler agarrou-me beijou-me de forma indescritível, suave e delicado mas ao mesmo tempo atrevido e quente.
- És a minha miúda, deste ano em frente não te vou deixar desapareceres da minha vida. - sussurrou-me ao ouvido. 


21 de outubro de 2012

A Letter #2

Amor,
Estou aqui novamente para te escrever até que a inspiração me falte. À dias apareceste nos meus sonhos, estavas vestido com uma camisa branca e muito brilhante que ofuscou os meus pequenos olhos. Em conjunto tinhas uns calções verdes e largos que te chegavam aos joelhos. A tua tez estava mais pálida do que antes vira, o teu sorriso estava escondido e o teu olhar transmitia-me melancolia. Encontravas-te uns dez metros de mim, eu ia-me aproximando aos poucos e quando já estava bem perto do teu corpo, desvaneceste-te pelos ares da escuridão.

3 de outubro de 2012

A Letter

Amor,
Sinto-me bem a escrever-te, pois já à algumas semanas não te escrevia. Não porque não queria, mas porque não sabia o que escrever. Tenho andado a vadiar pelos corredores cheios de pó do nosso antigo lar, tenho andado a beber litros de café para não adormecer com medo que ele apareça nos meus sonhos tornando-os pesadelos. Tenho andado sempre de pijama sem vontade de me vestir e sair com os meus amigos, tenho andado a alimentar-me mal apenas porque não tenho fome, tenho andado a drogar-me constantemente para ir para um mundo irreal. Tenho andado sempre deitada porque as dores no corpo são imensas, tenho andando sem preocupação para a universidade, para o telemóvel e até mesmo para a família, na realidade tenho andado a não ser eu.
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