9 de dezembro de 2012

Sunset #7

 - Olá, desculpe de o estar a incomodar mas foi a minha mãe que o convidou? - ouvi uma gargalhada abafada.
 - Sim, foi a Núria. Não sabe quem eu sou pois não? - eu fiquei um pouco embaraçada, pois aquele rosto não me era estranho.
- Pois, é verdade.
- Eu sou o rapaz que acho por bem lhe devolver o colar que perdeu no dia do incêndio.
 Abri bastante os olhos ao recordar-me da imagem de um bombeiro que me segurava com firmeza e me salvou a vida.
- Sou o Gabriel. - vi o esboçar de um sorriso e o brilho dos seus olhos.
- Prazer em conhecê-lo e agradeço-lhe imenso o seu ato ao me devolver o colar.
- Eu compreendo e não fazia sentido algum você ficar sem ele.
- Oh meu Deus, podes-me tratar por tu, acho que não é necessária tanta formalidade. - pisco-lhe o olho.
- Claro que sim.
- Que falta de educação, nem me apresentei, sou a Matilde.
- Eu sei Matilde, eu tive que saber a tua identificação quando chegamos ao hospital, fui eu que fiquei contigo enquanto os teus pais não chegaram. - soltou um sorriso doce o que fez com que as covinhas do rosto sobressaisem.
- Obrigada. - «ok, acabou aqui o dialogo constrangedor com o homem que me salvou a vida. ou então não...», pensei.
- Então e como te sentes? - demonstrou-se preocupado.
- Melhor, mas antes de ter chegado a casa. Não gosto de confusão.
- Relamente. Olha, vou só ali buscar alguma coisa para beber, já volto. - sorriu-me á medida que se afastava.

 O seu corpo musculado estava a afastar-se e eu já me sentia mais aliviada. O seu cabelo castanho com mechas da cor do ouro à mistura voava ao som do vento. O seus olhos da cor azul-real hipnotizavam-me e faziam-me lembrar a 1ª vez que iria fazer paraquedismo. Então, o meu pensamento foi desviado peguei no telemóvel e marquei o número do meu  pai. Mas mantive-me no mesmo lugar, não queria deixar o lago pois o bombeiro voltaria.

- «'Tou filha, passa-se alguma coisa?»
- Está tudo bem pai. Era só para te dizer que estou pronta para fazer paraquedismo.
- « Já querida? Ainda é muito cedo! »
- Depois de amanhã e está combinado, a mãe não precisa saber. Beijinhos.
 No momento em que ia desligar a chamada oiço do fundo da linha «Anda para a cama amor, desliga.» Fiquei sem reação e o meu pai apressou-se a desligar a chamada mas eu consegui ouvir.

- Paraquedismo? - ouvi uma voz rouca vinda das minhas costas.

Continua.

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